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domingo, 19 de outubro de 2008

Para PM, Lindembergue parecia que ia se entregar


Para PM, Lindembergue parecia que ia se entregar
Instantes antes do disparo que se ouviu dentro do apartamento onde seqüestrou a ex-namorada e a amiga dela, Lindembergue Alves, de 22 anos, parecia estar calmo e que iria se entregar. "Ele não pedia nada em troca, apenas que (os policiais) não se aproximassem", afirmou o coronel Eduardo Félix de Oliveira, comandante-geral do Policiamento de Choque da Polícia Militar de São Paulo.


De acordo com ele, após ouvir o disparo, na manhã de ontem, os negociadores do Gate (Grupo de Ações Táticas Especiais) telefonaram para o rapaz, que afirmou que o tiro tinha sido sem querer e que não havia atingido ninguém. As adolescentes Eloá, ex-namorada de Lindembergue, e a amiga dela Nayara, ambas de 15 anos, falaram ao telefone na seqüência, ainda de acordo com as informações do coronel. Entretanto, quando os policiais invadiram o apartamento, o rapaz deu dois tiros em Eloá, que está em estado gravíssimo, um na cabeça e outro na virilha, e também atirou na boca de Nayara, que se recupera bem.


Nayara foi considerada por Félix de Oliveira como o ponto de equilíbrio no caso, pois havia conflitos entre Lindembergue e Eloá, com direito a agressões por parte dele. Eloá discordava de tudo, e recebia chutes, tapas e puxões de cabelo, segundo informações que Nayara teria passado à polícia após ter sido liberada pelo seqüestrador, na terça-feira. Depois, ela voltou ao cativeiro na manhã de quinta-feira.


O coronel contou ainda, em entrevista coletiva realizada há pouco, que Lindembergue deixava a televisão ligada e mudava de ambiente com as garotas para distrair os policiais. Quando foi cortada a luz, o rapaz teria pedido para elas circularem pelo apartamento com velas nas mãos. "Lindembergue é muito inteligente", disse Félix de Oliveira, para mencionar em seguida que, segundo os negociadores, o humor do rapaz oscilava muito e dava sinais de depressão. Sobre a decisão de invadir o cativeiro, o coronel disse: "Toda decisão tem um risco".

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